Cabelos lisos e soltos. Maquiagem impecável. Sapatilha no pé. E o coração pulsando forte de emoção e entusiasmo. Na preparação, o camarim brilha por todos os lados: brilho da sombra asa de borboleta, da purpurina espalhada pelo corpo, dos detalhes do vestido e, principalmente, dos sorrisos que brotam nos lábios de cada bailarina. A expectativa se revela de várias formas, sendo até engraçado de se observar. Algumas riem, outras repassam a dança, fotografam (até filmam sem avisar), muitas se maquiam e ainda rola um bom papo. É uma mistura de muitas emoções, que talvez tentam disfarçar o nervosismo, amenizar a ansiedade e além de tudo buscar a concentração. Mesmo sendo imprescindível, a dança não acontece só com emoções. O alongamento é importante para que o corpo esteja preparado e execute bem todos os movimentos que compõem a coreografia. Então, “bora” pro aquecimento meninas! Por trás das cortinas a energia é diferente. É intensa. É corre-corre. É riso e choro. E pra mim que estava lá estreando era muito mais riso. A alegria mal cabe dentro do corpo e acaba transbordando por todo o teatro, que também parece ficar pequeno. O grande momento se aproxima. Todas se posicionam na coxia só aguardando o grupo ser anunciado. O coração dispara e, finalmente, a música começa a tocar. A dança cria vida própria no palco e aparece como uma verdadeira obra de arte, e como tal, também estavávamos sendo observadas. E todas aquelas emoções se transformaram em movimento para formar a tão ensaiada coreografia. Depois de alguns minutos surgem os aplausos. Mas a dança não acaba depois de sairmos do palco. Ela continua forte em nosso coração, deixando aquela vontade de nunca mais parar de dançar.